quarta-feira, 22 de setembro de 2010

SBCM/SP na Folha de São Paulo

Poluição do ar aumenta o risco de infarto
Viver era local com altos índices de poluição aumenta o risco de infarto e outras doenças cardiovasculares.
Os dados são de uma pesquisa americana que relacionou a ocorrência de infartos em Nova York aos índices de poluição por material particulado - micropartículas de fumaça ou outras substâncias sólidas suspensas no ar.
O aumento da concentração das partículas foi ligado diretamente a um crescimento nos registros de infartos.
"Podemos comparar a poluição com o tabagismo, que é um fator de risco comprovado. Já existem estudos que fazem essa associação", diz Miguel Moretti, diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia. (No domingo, dia 26, é comemorado o Dia Mundial do Coração).
A inalação de micropartículas ou de gases como dióxido de carbono e monóxido de enxofre causa um processo inflamatório e inchaço nos vasos sanguíneos.
"As artérias do coração são as que mais sofrem com o estreitamento, porque elas já são mais finas", diz Moretti.
Segundo Abrão José Cury Junior, cardiologista do Hcor e autor de um estudo que relaciona poluição e hipertensão, o aumento do risco de infarto está associado à aterosclerose - formação de placas nos vasos que dificultam a passagem do sangue.
"Constatamos que nos períodos de maior poluição o numero de pacientes com sintomas ou complicações causadas pela hipertensão aumentou ate cinco vezes."
Mesmo quem não tem histórico de doença cardíaca pode sofrer alterações. O risco e maior para quem faz exercícios em locais com muita circulação de veículos ou fica muito tempo no transito.
"Os principais poluentes são dos automóveis. Fazer atividade física perto de uma avenida em horário de rush e muito perigoso, principalmente se a pessoa tiver água fator de risco", diz Maria Lucia Bueno Garcia, pesquisadora do laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da USP.
Fonte: Folha de São Paulo, Caderno Cotidiano, Juliana Vines, 22 de setembro de 2010