Tratar o avô como enfeite de sala, mal falando com ele. Programar as férias da família e excluir o idoso dos planos. Realizar uma reunião com queijo e vinho em casa, dizer que a “velha” não pode comer e beber essas coisas, oferecer chá com torradas e recomendar que tome em seu quarto. Infelizmente, essas atitudes ainda são comuns na vida das famílias brasileiras, que, frequentemente, nem percebem o mal que estão fazendo ao idoso, isolando-o do convívio social e familiar.
A tendência de algumas pessoas é reduzir a atividade social dos idosos, que fica restrito a visitar amigos doentes em casa, ou no hospital, ou ir a velórios. Isso vai entristecendo a pessoa, que começa a achar que só restou esperar para ser a próxima a ser visitada no velório. A família acaba contribuindo para essa situação porque isola o idoso por causa de suas limitações físicas.
“A Medicina oferece às pessoas da Terceira Idade a possibilidade de ter uma vida social ativa e de boa qualidade com a ajuda de medicamentos, fisioterapia, próteses auditivas e articulares, deixando assim de ser o famoso ‘peso morto’ da família”, explica o Dr. Abrão José Cury Jr., diretor da Regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Clínica Médica.
Além de atividades físicas adequadas à idade, o idoso deve ser estimulado, através de exercícios mentais, como conversar, ler e se ocupar. “Ao invés de colocar alguém para cuidados do velho, dê algo para ele cuidar”, recomenda o médico.
O isolamento do idoso leva à depressão, que leva ao desenvolvimento de doenças, como desnutrição por se alimentar mal, processos infecciosos, desidratação, deterioração orgânica e muscular, acelerando o envelhecimento.
Um clínico geral bem preparado é capaz de tratar problemas, como má audição e visão, é capaz de orientar cuidados simples, como os orais que interferem na alimentação, enfim, pode mostrar ao idoso como ser saudável para participar da vida da família de forma agradável e recuperar alguns prazeres, como comer e até fazer sexo, o que é totalmente possível.
A Organização Mundial da Saúde estima que, até 2025, no Brasil, serão 34 milhões de pessoas com 60 anos ou mais e que a expectativa de vida será de 80 anos.